quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"GENEALOGIA NORDESTINA"

ANTONIO DE MARIA DE JOÃO DE DÉDA,ESTAVA A CONVERSAR COM O JOSÉ DE OTÁVIO DE CHICO DE TEIXEIRA,DIZENDO QUE ONOFRE DE ZECA DE ZEFINHA, FOI ACUSADO DE ROUBAR UM CAVALO, DE JULIÃO DE AFONSO DE FRANCISCO SOARES.NESSE INSTANTE, CHEGA OLEGÁRIA DE VIRGINIA DE CHICA DE TIA OLIVEIRA,DIZENDO QUE VINHA DA CASA DE DONA TERESA DE EMILIA DE JAIRO BRANCO,E QUE BELTRÃO DE ASSIS DE ENOQUE CIPRIANO PEQUENO, TRAZIA A NOTICIA DE QUE O DELEGADO, TAVARES DE SINHÔ DE DALMO, CHAMOU OS SOLDADOS:PEDRO DE ROSA DE ALMIR DE TONHA FATEIRA, E ONÓRIO DE VANDA DE GETRUDES FONSECA, E O CABO MANOEL DE VICENTE DE CARMINHA DE TIA DINDA, PARA APURAR O OCORRIDO.ATÉ O PREFEITO"REELEITO PELA QUINTA VÊZ" O EXMº SR. OLIVALDO DE DR.FRANCO DE OZÉIAS PINTO, FICOU IRRITADO E DISSE:DONA VALDIRENE DE MILTON DO CORONEL FEITOSA,CHAME O VICE PREFEIT, E DIGA AO JUIZ GILBERTO DE MARICOTA DE BENTO DO MAJOR AGAMENOM, QUE EU QUERO ESSE LADRÃO DE CAVALO, FI DI RAPARIGA, PRESO, TORTURADO E CONDENADO SEM DIREITO A FIANÇA.AFINAL...sussurrou, TAMO IN ANO DE ELEIÇÃO OUTRA VÊZ.


                                                          

ZEDANTAS E A AUTORIA DE "ASA BRANCA"




A família do compositor José de Souza Dantas, o Zedantas (sem acento e pegado, era assim que ele gostava de ver gravado seu nome), já cumpriu sua parte do acordo para não polemizar sobre a autoria de músicas estabelecido entre ele, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (advogado, arrecadador de direitos autorais, político, poeta e compositor cearense).

A parte ética já foi cumprida com rigor desde o momento em que os três, ainda em vida, fizeram um pacto de não falar, em público, sobre o assunto: a verdadeira autoria de grandes sucessos como "Asa Branca" e "Juazeiro", atribuídos a dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, mas que na verdade são criação exclusiva de Zedantas.

A família de Zedantas cumpriu, com disciplina e respeito à memória dos três artistas, o compromisso ético. E, também o financeiro. As músicas são executadas e regravadas até hoje e rendem bom dinheiro em direitos autorais. Agora, não é compreensível o silêncio da família de Zedantas no que diz respeito a verdade histórica. O Brasil inteiro precisa saber que é da autoria de Zedantas, e apenas dele, as músicas "Asa Branca" e "Juazeiro".

Zedantas nasceu no dia 27 de fevereiro de 1921 em Carnaíba, na época distrito de Flores, e faleceu no Rio de Janeiro em 11 de março de 1962.

Médico obstetra diplomado em 1949. No ano seguinte, seguiria para o Rio de Janeiro.

Ainda estudante, no Recife, em 1946, Zedantas conheceu Luiz Gonzaga no bairro do Pina. Zedantas mostrou suas músicas a Luiz Gonzaga, que ficou encantado. E lhe entregou seis composições, entre elas, duas adaptações do folclore: "Asa Branca" e "Juazeiro".

No Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga registrou, em parceria com Humberto Teixeira, as gravações de "Asa Branca" (1947) e "Juazeiro" (1949).

Conforme relata no livro "Baião de Dois: Zedantas e Luiz Gonzaga" a escritora Mundicarmo Maria Rocha Ferreti:

"Zedantas ao encaminhar a ele (Luiz Gonzaga) suas primeiras músicas, queria apenas vê-las gravadas, autorizando-o inclusive a registrá-las como suas, pois temia a reação de seu pai ao ver o nome do filho num disco. (...) Aquela autorização não dava direito a Humberto Teixeira aparecer ao lado de Luiz Gonzaga como parceiro."

Em 1949, Zedantas concluindo o curso de Medicina foi para o Rio de Janeiro para fazer sua residência médica. Conforme me revelou Dona Iolanda Simões, com quem Zedantas casou em 1954 e lhe dedicou um de seus grandes sucessos "A Letra I", ele percebeu que como estagiário do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro recebia menos doque o rendimento dos direitos autorais de "Asa Branca" e "Juazeiro" que faziam enorme sucesso.

A partir de 1950, Zedantas não aceitou mais "dividir" a autoria dos seus sucessos com Humberto Teixeira. Nesse ano, Luiz Gonzaga gravou, oficialmente, a primeira em que Zedantas aparece, de fato e de direito, como autor: "Vem Morena". Mesmo assim, generosamente, Zedantas permitiu que Luiz Gonzaga assinasse "Vem Morena" como parceiro.

E assim sucederam-se outros grandes sucessos como "A Volta da Asa Branca" (1950), "A Dança da Moda" (1950), "Cintura Fina" (1950), "O Xote das Meninas" (1953), "A Letra I" (1953), "Algodão" (1953), "Olha a Pisada"(1954), "Noites Brasileira" (1954), "Sabiá" (1955), "Paulo Afonso" (1955), "Derramaro o Gai" (1956) e "Siri Jogando Bola" (1956).

Com a decisão de Zedantas em não permitir que Humberto Teixeira assinasse a autoria de suas músicas, a relação entre os dois - que faziam o programa "No Mundo do Baião" em emissora do Rio de Janeiro - ficou estremecida.

Luiz Gonzaga usou de muita habilidade e promoveu um encontro de Humberto Teixeira e Zedantas no seu sítio em Mangaratiba. Lá, como revelou Dona Iolanda, os três firmaram um pacto de não mais falar sobre a verdadeira autoria de "Asa Branca" e "Juazeiro" através da imprensa. 



OXENTE MÕÇO,
ARREPARE NÃO DOUTÔ
NUM SE APERREIE
COM MEU JEITO FALADOR
SOU DISLETRADO
MAR NUM SÔ DESOCUPADO
E É LÁ NO MEU ROÇADO
QUE TOMEM SOU PROFESSÔ
PREPARO A TERRA
PRANTO MIO, PRANTO FÉJÃO
BATATA SOJA ARGUDAO
GIRIMUM E COISA E TÁ
SE TÔ DUENTE
BEBO UM CHÁ DE QUIXABERA
CHAMO UMA BENZEDERA
PA MODE ELA ME REZÁ
NUM MI INVERGONHO
DI DIZÊ QUE SÔ DO MATO
SÔ MATUTO MAR DE FATO
SÔ UM CABÔCLO ASSUNTADOR
SÓ NA COLHEITA
É QUE VÔ LÁ NA CIDADE
MAR LÁ NUM TEM FILICIDADE
É SO MARDADE SIM SINHÔ
EU VEJO GENTE
CUMENO RESTO DE FÊRA
MANISSOBA MANIPÊRA
CARQUÉ COISA QUE SOBRÁ
ISSO É RAÇÃO
QUE AGENTE NEM DÁ PRO GADO
MAR TUDO VEM DO ROÇADO
DONDE VIVO A PRANTÁ
CIDADE GRANDE
É BESTAGI É ILUSÃO
É COMUM LÁ SE VÊ HOMI
ARRASTANO UM CARROÇÃO
OS VÉIO TRISTE
MINDINGANO UMA ESMOLA
AQUILO LÁ É UMA ESCOLA
PRÁ FORMÁ MUITO LADRÃO
ME ADESCURPE
E POR FAVÔME CUMPRIENDA
MAR DOTÔ NUM SI OFENDA
CUM MEU JEITO DE FALÁ
DEUS ME ADEFENDA
DE DEIXÁ O MEU TORRÃO
POIS DESTE BELO SERTÃO
NUNCA VÔ ME APARTÁ.

Origem dos nomes dos estados no Nordeste

ALAGOAS - Deriva dos numerosos lagos e lagoas que caracterizam o litoral alagoano. O acréscimo do “a” inicial, no caso, corresponde a uma figura gramatical denominada metaplasmo de prótese, ou seja, o acréscimo de um fonema (som da letra) ao início, meio ou fim da palavra. 

BAHIA - Vem da baía de Todos os Santos, região onde uma esquadra portuguesa pilotada por Américo Vespúcio fundeou em 1º de novembro de 1501, dia em que os católicos festejam todos os santos. Referindo-se a este fato em carta que tratava de outra expedição, Vespúcio afirma que “porque tínhamos um regimento d’El Rei ordenando que, se qualquer dos navios se extraviasse da rota ou do seu capitão, fosse ter à terra descoberta (na viagem passada) a um ponto que pusemos o nome de baía de Todos os Santos”...Em 1534, quando foi iniciada a colonização da capitania, houve uma orientação para que estas fossem batizadas com nomes dos acidentes geográficos mais notáveis do território. 

CEARÁ - Segundo a versão mais aceita o nome vem de "ciará" ou "siará", que na língua tupi significa "canto da jandaia", um tipo de papagaio pequeno e grasnador. A história registra que em 1535 a coroa portuguesa concedeu a Antônio Cardoso de Barros a capitania do Siará, mas ele nunca se importou em tomar posse dela. Em 1603, Pero Coelho de Souza obteve permissão para colonizar o Siará Grande, mas retirou-se da região em virtude de uma grande seca. Alguns anos depois, em 1619, Martins Soares Moreno tornou-se, por carta régia, senhor da capitania do Siará. Seu amor por uma índia serviu de tema para o romance Iracema, do escritor cearense José de Alencar. 

MARANHÃO - Diversas hipóteses tentam explicar a origem desse nome, mas na verdade, ninguém sabe dizer qual é a verdadeira. Segundo alguns, os primeiros exploradores espanhóis teriam dado ao rio Amazonas a denominação de Marañon, para indicar, em castelhano, que ele não era o mar (mar+non), e esse vocábulo passou a identificar, também, a região que incluía o atual estado maranhense. Outra versão defende a tese de que as palavras mbara (mar) e nã (corrente), do idioma tupi, é que tenham influenciado a designação. Uma terceira explicação estaria em Mair-Anhangá, expressão tupi-guarani cujo significado é “espírito de mair”, nome que os indígenas brasileiros davam aos franceses que ali tentavam instalar uma colônia; além da que aceita a possível associação com o cajueiro, árvore típica da região conhecida como "marañón" em espanhol, e outras mais. 

PARAÍBA - vem da junção do tupi “pa’ra” com “a’iba”, que significa ruim, impraticável para a navegação. O nome foi dado ao rio e depois ao estado. Em 1534 aconteceu um sério incidente na então capitania de Itamaracá, que ficou conhecido como "Tragédia de Tracunhaém". Nesse episódio os índios potiguares mataram todos os moradores de um engenho com o mesmo nome, em Pernambuco, e foi em conseqüência dele que D. João III, rei de Portugal, criou a capitania do Rio Paraíba, desmembrando-a da área pertencente à de Itamaracá 

PERNAMBUCO - vem do tupi-guarani “paranambuco”, junção de para’nã (rio caudaloso) e pu’ka (rebentar, furar), e seu significado é o de “buraco no mar”, pois os índios usavam o termo em relação aos navios que furavam a barreira de recifes. Alguns estudiosos, no entanto, afirmam que esse era a nome que os indígenas locais, na época do descobrimento, davam o pau-brasil. Outra explicação presente na “História de Pernambuco”, publicada no site Memorialpernambuco, diz que a palavra indígena Paranãpuka, que significa "buraco no mar", era a forma como os índios conheciam a foz do rio Santa Cruz, que separa a ilha de Itamaracá do continente, ao norte do Recife, tendo caminhado daí para suas formas primitivas Perñabuquo e Fernambouc, já denominando o porto do Recife e fazendo-se presente nos mapas portugueses. 

PIAUÍ - Existem diversos estudos sobre a origem do nome Piauí, palavra indígena do idioma tupi, onde piau significa peixe e o y, rio, ou seja, “rio dos piaus”. A maioria desses trabalhos defende a tese de que ela foi derivada de um rio com essa mesma denominação, e que era passagem obrigatória dos caminhantes na época do desen-volvimento. 

RIO GRANDE DO NORTE - Recebeu esse nome por conta do tamanho do rio Potengi. Em carta datada de 11 de março de 1535, D. João III, rei de Portugal, doou a João de Barros um quinhão de terra que tomou o nome de Capitania do Rio Grande, denominação que permaneceu sendo usada até meados do século 18, quando por haver outra capitania com o mesmo nome, na região sul do país, se tornou necessário diferenciá-las com a complementação Norte ou Sul, de acordo com a localização geográfica de cada uma delas. 

SERGIPE - O nome Sergipe origina-se do tupi si’ri-i-pe que quer dizer "no rio dos siris", denominação primitiva do rio junto à barra da capitania,. tendo sido mais tar-de adotado Cirizipe ou Cerigipe, que quer dizer "ferrão de siri", nome de um dos cinco caciques que se opuseram ao domínio português. O nome do estado, antigamente, era Seregipe del Rei. 

                                                                           Fonte: Fernando Dannemann
Este texto também foi publicado em www.efecade.com.br, que o autor está construindo.