domingo, 30 de outubro de 2011

E agora José? No meio do caminho tinha uma pedra...

  

  Em 31 de Outubro de 1902, nascia em um lugar chamado Itabira do Mato Dentro – MG, aquele que seria, na nossa história, um dos maiores poetas que esse país ou talvez o mundo, já tenha tido conhecimento... Nascia Carlos Drummond de Andrade.
 Desde muito jovem já se interessava pelas letras, participava de pequenos jornais e sarais, manifestando sempre que podia, sua profunda admiração pelos outros grandes nomes da poesia, tais como Manuel Bandeira, Mario de Andrade e Oswald de Andrade e a partir do momento que começou a escrever, seus poemas foram sendo cada vez mais admirados e aclamados pelo público e crítica.
 Carlos Drummond de Andrade tinha o dom de tocar, sensibilizar, escandalizar e cativar a todos com palavras simples e ao mesmo tempo fortes, que faziam e ainda fazem com que admiremos cada vez mais seu trabalho, que proporciona àqueles que amam a poesia, como eu, uma dose mais que satisfatória de cultura, humor, amor e inteligência que só um gênio como Drummond poderia proporcionar.
 Como não poderia deixar de fora, alguns dos versos que mais gosto de um dos poetas que mais admiro:

“Mundo mundo, vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo, vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

              (Poema das Sete Faces.).

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade.